O Pará
J. Vidovix
Para ser sincera, quando me convidaram para escrever algo sobre a região paraense eu realmente não sabia o que escrever. Aliás, eu ainda não sei o que escrever, pois essa região é
tão rica (em todos os aspectos) que fica super difícil fazer jus a tudo o que há nessa terra mágica. Essa terra do vatapá, do boi bumbá e das florestas encantadas. Lembrando da minha vida na época em que eu morava lá só posso dizer das saudades que sinto de tudo e todos que eu deixei para trás.
O Pará é um lugar único! A terra das grandes celebrações religiosas como o Círio de Nazaré, onde fiéis de todas as regiões se concentram na capital para celebrar todas as graças concebidas por Maria. A terra do Boi-Bumbá, das belas mulheres, da Caiaporanga que invoca a vinda dos Bois Caprichoso e Garantido num ritual contagiante acompanhado de danças exóticas e um ritmo muito estimulante. A magia do Boto-cor-de-rosa que se transforma em um belo macho que seduz as belas moças das populações ribeirinhas, também é encontrada lá. Além disso temos a lenda da Iara, Vitória Régia, Cobra-Grande entre muitas outras.
Essa região de fantasias, influenciada por todos os imigrantes que lá viveram, que foram em busca das promessas da Terra Prometida, é muito visível em Belém. A influência Européia
está fortemente vinculada ao poder dos grandes donos de seringais
do século XVIII.
A imponente estrutura do Teatro da Paz é uma amostra visível da influencia Greco-Romana com as pinturas no estilo Barroco e as grandes referências à mitologia grega, sendo Apolo a
inspiração do arquiteto construtor do mesmo.
Além dessa cultura européia, a capital da cidade goza de uma estrutura muito peculiar, tendo todas suas avenidas arborizadas, porém não são árvores comuns e sim mangueiras. Sim
MANGUEIRAS! Não preciso citar o que acontece com os carros que ficam estacionados em baixo dessas arvores na época frutífera (risos).
Bem, além de toda essa diversidade cultural o Pará é um pequeno Inferno Verde. Uma região de um calor Dantesco, e de muitas riquezas naturais assim como o minério de ferro, bauxita, manganês e cobre. Com uma flora e fauna típica, que gera o sustento de milhares de famílias que vivem a base do extrativismo vegetal e animal, (caso das populações ribeirinhas, que vivem próximas aos igarapés e sobrevivem da pesca). A extração de
recursos naturais, como açaí também é uma forma de sobrevivência
para muitas famílias.
O Pará realmente é um lugar digno de se conhecer, pois é mesmo maravilhoso, com pessoas batalhadoras que vivem com aquilo que a natureza lhes proporcionam sem atingir drasticamente
o meio ambiente. Infelizmente nos últimos anos esse quadro mudou muito. Com a enorme exploração de madeira e a entrada de grandes multinacionais na região as pessoas estão perdendo essa fonte de sobrevivência provinda da natureza.
Sinto enormes saudades dessa região e da época em que lá vivi e muitas traquinagens fiz. Mas enfim, vamos pular essa parte. Essa região brasileira realmente vale um pouquinho de
atenção, e quem sabe uma visitinha, para comer um “vatapá” ou um “pato no tucupi”, “patuá” ou até mesmo o famoso “açaí” que todos nós conhecemos.
Realmente o Pará é uma terra única que eu guardo com muito carinho na parede do pensamento, e que me faz sentir saudades de toda a sua peculiaridade.
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