quarta-feira, 9 de maio de 2007

Boicote



VOCÊ TEM O DIREITO DE OPTAR.


As árvores centenárias da Amazônia estão sendo derrubadas para, que as áreas sejam utilizadas como campos de soja.
A floresta é enxergada como um impedimento ao progre$$o, como uma área a ser vencida e conquistada.
Empresas multinacionais estrangeiras, Bunge e Cargill , principais causadoras dessa agressão, atuam de maneira irresponsável sem estudos de impactos sócio ambientais, e desobedecendo a Constituição brasileira.
Mesmo depois do sangue de Chico Mendes e de tantas alianças dos povos da floresta pra mantê-la em pé, mesmo depois de inúmeras sagas cheias de heroísmo , morte e paixão pela Amazônia a floresta está sendo devastada.
A liderança de vendas no mercado brasileiro dos produtos fabricados por essas empresas, é um atestado de nossa incapacidade de compreender a delicadeza e a instabilidade do eco-sistema amazônico, e como tratá-lo.
Ajude a dar um basta a essa situação, não seja mais um consumidor que sustenta essas empresas que ameaçam a biodiversidade da Amazônia.

Boletim Ímpar


Estamos aqui para te provocar!
Segunda Edição
Conselho Editorial
Gabriela Paiva e Paola Sánchez
Colunistas
Ariane Castelo
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Corretora de Textos
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Mural Cultural

Ariane Castelo




Viver é uma arte, com pouca grana
quase um milagre.

Por essas, e outras fui intimada a selecionar uma rota cultural paulistana que coubesse no bolso, e a sintetizá-la nessa coluna. Aqui estou!

Começando pela 7ª arte O Cheiro do Ralo mostra nitidamente quando pouco é muito, produzido na raça, com pouca grana e sem patrocínio é o segundo longa do pernambucano Heitor Dhalia. O filme conta a história de um colecionador de bugigangas obcecado por uma bunda, um
olho e o cheiro que vem do ralo no seu banheiro.

Dois desconhecidos passam uma noite Na Cama no filme do chileno Matías Bize. Os atores são ótimos e vale pelo roteiro super divertido.

Maria Antonieta, a Madame Déficit como ficou conhecida, morreu na guilhotina, e, no entanto Sophia Coppola achou que figurino e locações seriam o bastante no seu filme. Erro! Tal como o Rei Xerxes (Rodrigo Santoro) na terra dos tanquinhos no 300.

Em O Hospedeiro, terror sul-coreano uma garota é levada por um monstro e sua família faz de tudo para resgatá-la após descobrirem que está viva. Terror sem igual.
Inaugurada junto com a nova Avanhandava, a galeria Calligraphia abriga a mostra Certos Recortes, entre as obras O pensador de Ozéas Duarte merece um
selo Ímpar.
A partir de 16/5 o Salão Cultural da FAAP abre suas portas (entrada franca)
à mostra Rockers com curadoria do Supla que traz grande acervo de fotografias do
respeitado fotógrafo do Rock and Roll, Bob Gruen.

Clarice Lispector pode ser visitada até
3/9 (grátis aos sábados) na exposição A Hora da Estrela no Museu da Língua Portuguesa. Já na Casa das Rosas o espetáculo Jardim de Rosas Mudas é inspirado em textos da artista.

Pela primeira vez parte do acervo do Museu de Solidariedade Salvador Allende, no Chile é exposto num outro país. Todas as obras que integram a mostra Estéticas, Sonhos e Utopias dos artistas do mundo pela liberdade e do museu, são doações de artistas de diversos aíses inclusive Brasil.

Pra fechar: Um lugar, na platéia, Daniéle Thompson com Cécile de France tem estréia prevista pra esse mês nas telonas.

é só o começo!


Ariane Castelo Colunista do Ímpar e moradora da Residência Maria Imaculada – Ipiranga - São Paulo- S.P
Dará dicas e informações sobre cinema, teatro, exposições e demais acontecimentos culturais em São Paulo.
arianecastelo@gmail.com

Para onde vão...

As latinhas

Paola Sánchez


O lixo é considerado resíduo sólido gerado pelas atividades humanas. Boa parte destes podem ser reciclados, gerando muitos benefícios. Quando destinamos o lixo para locais próprios e adequados estamos contribuindo para garantir a qualidade do meio ambiente. Porém, o importante não é somente a proteção do meio ambiente, o lixo também pode gerar economia de recursos naturais e contribuir com o crescimento econômico. O alumínio pode ser aplicado de diversas formas: na fabricação de grades, janelas, telhas, panelas, artigos eletrônicos etc. O alumínio é 100% reciclável, podendo ser aproveitado infinitas vezes, sem perda de qualidade. Reciclar materiais, especialmente as latas de alumínio produz inúmeros benefícios ambientais como: preservação dos recursos naturais, diminuição da poluição do ar e das águas e diminuição da quantidade de resíduos a serem aterrados; e sociais como: diminuição da agressão ao meio ambiente, contribuição no aumento de renda de famílias carentes e benefícios a entidades assistenciais. Na área econômica, sem precisar de grandes investimentos, a reciclagem aumenta os recursos da economia local, gera empregos e fonte de renda para mão de obra não qualificada, além de economizar energia elétrica. A reciclagem do alumínio beneficia então, a comunidade e o meio ambiente.
Mas, o que acontece com as latinhas?. Após a coleta das latinhas de alumínio em um prazo de menos de dois meses a nova lata de alumínio retorna para as prateleiras dos supermercados.





1-2. Depois de usada, a lata é levada aos postos de coleta pelos catadores.
3. Nesses locais as latinhas são prensadas em fardos.
4. Em seguida, são enviadas para o Centro de reciclagem, onde as
latas são lavadas e é retirado o verniz, a tinta e o óleo.
5. Após a limpeza, as latas são transformadas em alumínio liquido.
6. O alumínio liquido é transferido para a área de refusão, e é
solidificado em forma de placas.
7. As placas são laminadas e são usadas como matéria prima na
fabricação de novas latas de alumínio.
8. De volta às fábricas de bebidas, as latas são enchidas novamente.

O campo da reciclagem de alumínio é amplo e proporciona meios de sobrevivência para muitos, desde simples catadores que recolhem pequenas quantidades, até a grandes empresas que lucram economizando energia para gerar alumínio primário. Outro aspecto importante na reciclagem se refere ao meio ambiente, a decomposição natural de uma lata de alumínio pode demorar mais de 1000 anos!! Por isso é importante a conscientização da população em destinar os resíduos para locais adequados. Reciclar não custa nada para nós! Por isso, se você não gosta de catar latinhas, pelo menos não as jogue nos locais inadequados, com certeza sempre vai ter um recipiente de reciclagem por perto.



Fonte:

- “Lixo Urbano e Reciclagem de latas de alumínio” por Valeria Cristina Soares Moreira.


Paola Ma. Sánchez M., é bióloga, co-fundadora do Impar e integrante do Conselho Editorial. Moradora da Residência Maria Imaculada – Ipiranga- São Paulo- S.P.
sanmart_11@hotmail.com

O que é...


Engenharia Ambiental


Paula Ramos



Desde o início dos tempos o homem tem estudado sobre o meio em que vive e como promover uma forma mais confortável para sua sobrevivência.

Muitas profissões surgiram e foram de extrema importância para o desenvolvimento da humanidade. Desde as especializações em artes até as engenharias possibilitaram que pudéssemos viver com confortos que o mundo atual oferece.

A grande evolução das profissões ocorreu durante as revoluções industriais ocorridas na França e na Inglaterra, e também durante as guerras mundiais. As transformações no ambiente, causadas pelos empreendimentos de engenharia, geram impactos positivos, sobretudo pelos benefícios sócio-econômicos decorrentes. Entretanto, geram também impactos negativos, pelas alterações provocadas ao meio físico por processos de poluição nos meios atmosférico, aquático e terrestre, além das alterações no meio social, que proliferaram uma forma de sub-existência para algumas pessoas.

Com o passar do tempo o homem pode perceber que alguns recursos que o meio ambiente oferecia não era renováveis, ou seja, se fossem integralmente consumidos seriam extintos. Além do que alguns outros têm a recuperação muito lenta, muito mais lenta do que pode acompanhar um ser humano em sua vida.

Devido a isso houve uma preocupação em limitar o consumo e evitar a poluição dos meios. Assim surgiram leis que regulamentavam a instalação de fábricas. Para que fosse atendido aquilo que a legislação pedia e para preservar o meio ambiente de uma forma que fosse saudável a vida nele, mas que ainda assim fosse rentável e houvesse mais desenvolvimento surgiu um novo pensamento “o desenvolvimento sustentável” e para que este pudesse ser aplicado uma nova profissão surgiu, “a Engenharia Ambiental”.

Através da Engenharia Ambiental, busca-se a capacitação profissional para a elaboração do Plano de Gestão Ambiental. Este consiste de um conjunto de medidas de ordem técnica que asseguram que um empreendimento seja implantado, operado e desativado em conformidade com a legislação ambiental, a fim de minimizar os riscos ambientais e os impactos negativos, além de maximizar os positivos.

Assim um engenheiro ambiental pode ter vários focos onde atuar, para garantir o uso adequado dos recursos oferecidos pelo meio, evitar que haja uma contaminação exagerada, e também corrigir ou minimizar os impactos já existentes. Veja alguns trabalhos:
- Estações de tratamento de água e esgotos;
- Investigação ambiental;
- Análise de Risco e Remediação;
- Licenciamento Ambiental ;
- Planejamento urbanístico;
- EIA / RIMA (Estudo de Impactos Ambientais / Relatórios de Impactos Ambientais).
entre diversas outras situações.

Além das questões puramente técnicas, o engenheiro ambiental deve tratar de questões sócio-econômicas antes de desenvolver seu trabalho, pois além do meio ambiente a população também pode sofrer com os impactos trazidos pelos empreendimentos realizados pelo homem. É bom lembrar que uma equipe de meio ambiente é sempre composta por diversos profissionais que tem a visão pontual sobre cada assunto, como químicos, biólogos, geólogos, sociólogos, engenheiros florestais ou agrônomos, entre outros. E que cabe ao Engenheiro ambiental ter uma visão macro da situação e conseguir gerenciar cada ponto do trabalho.

Além do Engenheiro Ambiental existe o Gestor Ambiental e o Tecnólogo Ambiental, o primeiro está mais voltado à área social e de qualidade normalmente se especializando à ISO14000 e fazendo a implantação dela e o tecnólogo ambiental é mais específico à área técnica.


Fontes:







Paula Ramos da Silva, Moradora da Residência Maria Imaculada – Ipiranga - São Paulo- S.P. É Tecnóloga Ambiental, em formação Engenharia Ambiental

Eu conheço ...

O Pará
J. Vidovix

Para ser sincera, quando me convidaram para escrever algo sobre a região paraense eu realmente não sabia o que escrever. Aliás, eu ainda não sei o que escrever, pois essa região é
tão rica (em todos os aspectos) que fica super difícil fazer jus a tudo o que há nessa terra mágica. Essa terra do vatapá, do boi bumbá e das florestas encantadas. Lembrando da minha vida na época em que eu morava lá só posso dizer das saudades que sinto de tudo e todos que eu deixei para trás.

O Pará é um lugar único! A terra das grandes celebrações religiosas como o Círio de Nazaré, onde fiéis de todas as regiões se concentram na capital para celebrar todas as graças concebidas por Maria. A terra do Boi-Bumbá, das belas mulheres, da Caiaporanga que invoca a vinda dos Bois Caprichoso e Garantido num ritual contagiante acompanhado de danças exóticas e um ritmo muito estimulante. A magia do Boto-cor-de-rosa que se transforma em um belo macho que seduz as belas moças das populações ribeirinhas, também é encontrada lá. Além disso temos a lenda da Iara, Vitória Régia, Cobra-Grande entre muitas outras.

Essa região de fantasias, influenciada por todos os imigrantes que lá viveram, que foram em busca das promessas da Terra Prometida, é muito visível em Belém. A influência Européia
está fortemente vinculada ao poder dos grandes donos de seringais
do século XVIII.

A imponente estrutura do Teatro da Paz é uma amostra visível da influencia Greco-Romana com as pinturas no estilo Barroco e as grandes referências à mitologia grega, sendo Apolo a
inspiração do arquiteto construtor do mesmo.

Além dessa cultura européia, a capital da cidade goza de uma estrutura muito peculiar, tendo todas suas avenidas arborizadas, porém não são árvores comuns e sim mangueiras. Sim
MANGUEIRAS! Não preciso citar o que acontece com os carros que ficam estacionados em baixo dessas arvores na época frutífera (risos).

Bem, além de toda essa diversidade cultural o Pará é um pequeno Inferno Verde. Uma região de um calor Dantesco, e de muitas riquezas naturais assim como o minério de ferro, bauxita, manganês e cobre. Com uma flora e fauna típica, que gera o sustento de milhares de famílias que vivem a base do extrativismo vegetal e animal, (caso das populações ribeirinhas, que vivem próximas aos igarapés e sobrevivem da pesca). A extração de
recursos naturais, como açaí também é uma forma de sobrevivência
para muitas famílias.

O Pará realmente é um lugar digno de se conhecer, pois é mesmo maravilhoso, com pessoas batalhadoras que vivem com aquilo que a natureza lhes proporcionam sem atingir drasticamente
o meio ambiente. Infelizmente nos últimos anos esse quadro mudou muito. Com a enorme exploração de madeira e a entrada de grandes multinacionais na região as pessoas estão perdendo essa fonte de sobrevivência provinda da natureza.

Sinto enormes saudades dessa região e da época em que lá vivi e muitas traquinagens fiz. Mas enfim, vamos pular essa parte. Essa região brasileira realmente vale um pouquinho de
atenção, e quem sabe uma visitinha, para comer um “vatapá” ou um “pato no tucupi”, “patuá” ou até mesmo o famoso “açaí” que todos nós conhecemos.

Realmente o Pará é uma terra única que eu guardo com muito carinho na parede do pensamento, e que me faz sentir saudades de toda a sua peculiaridade.

A Amazônia para todos

Carmem S. Viana Guimarães


A Amazônia está localizada na América do Sul, onde a floresta tropical cobre grande parte dela, que também se chama Floresta Equatorial da Amazônia. Possui o
maior rio do mundo, o rio Amazonas e estende-se por nove países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. No Brasil, para efeitos de overno e economia, a Amazônia é delimitada por uma área chamada Amazônia Legal. Ela ocupa 49,29% do território brasileiro, sendo o maior bioma terrestre do país, onde é constituída pelos ecossistemas que estão distribuídos em 23 eco-regiões, abrangendo os estados do Acre, Amapá,
Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e pequena parte do Maranhão, Tocantins e Mato Grosso, além de incluir também zonas de transição com os biomas vizinhos, cerrado, caatinga e pantanal. (Wikipédia, a enciclopédia livre).
Atualmente, a Amazônia está no centro das atenções e dos interesses do mundo, por causa de sua grande floresta tropical, sua rica biodiversidade, seus recursos naturais, as riquezas do seu subsolo e as imensas extensões de suas terras ainda inexploradas. Muitos interesses econômicos, pequenos e grandes, estão voltados para a Amazônia.

Tem sido causa de preocupação em relação aos danos que a região tem recebido de atitudes irresponsáveis e egoístas do homem, danos esses considerados irreversíveis a esse grande patrimônio, que é do mundo inteiro. Os cientistas e técnicos apresentaram recentemente relatórios alarmantes sobre o processo do aquecimento global de nosso planeta Terra, que foi causa da “insensatez do Homem na exploração e no uso dos recursos naturais.”

A humanidade precisa tomar urgentemente uma nova postura, diante da atual situação ambiental. É necessário que se tenha ética para conviver com a natureza no sentido de se ter responsabilidade no zelo por ela. Todos nós deveríamos entender que a natureza deve ser um bem não apenas para uns, mas para todos nós seres humanos, especialmente para as nossas futuras gerações.
Cuidar da Amazônia, esse rico berço de vida, é tarefa de todos os brasileiros, dos amazônidas e nativos destas terras aos habitantes das metrópoles do Centro-Sul, ou do Nordeste do Brasil. A depredação da Amazônia e de qualquer outro ambiente de vida deveria causar a firme repulsa de todos os brasileiros e seu forte clamor para que asautoridades competentes ponham em ação
políticas públicas capazes de conter a destruição e de promover o respeito pelas condições de vida do nosso Planeta. (Rocha, CNBB).

O mundo precisa mudar precisa repensar os seu estilo de vida, consumista e inconsequente que resulta na destruição dos recursos naturais e das condições de vida da Terra. Esse novo estilo precisa ser responsável, mais sóbrio, voltado para as necessidades essenciais, desestimulando o supérfulo que destrói a natureza e enche o mundo de lixo.

Enfim, precisamos nos converter a um estilo de vida baseado na simplicidade, no respeito e no cuidado com o outro valorizando o bem maior que Deus nos deixou:

a natureza


Fontes:
- Site CNBB:Artigo Delcio Rocha (P0r Dom Odilo Pedro Scherer, Bispo Aux. de São Paulo, Secretário- Geral da CNBB, Revista Eco 21 n°123)
- Revista Veja- Especial Amazônia
- Wikipédia, a enciclopédia livre.


Carmem S. Viana Guimarães é Arquiteta Urbanista, Esp. Arte Sacra. Morou na Residência Maria Imaculada- Ipiranga- São Paulo- S.P- em 2005


Amazônia a venda



Quem paga o preço?

Gabriela Paiva

Segundo pesquisas recentes, cercade 1,2 milhão de hectares de floresta (o equivalente a metade do Estado de Sergipe) já foram destruídos para serem utilizados como campos de soja. Uma área que se estende desde o Norte do Mato-Grosso às margens doRio Amazonas, no Pará.

As três maiores empresas que atuam nessas terras são multinacionais estrangeiras - Cargill, Bunge e A.D.M.

A norte americana Cargill construiu um Porto de cargas de grande porte em Santarém, no Pará, ilegalmente, no ano de 2000, ignorando as leis brasileiras. As manifestações que aconteceram na região foram igualmente ignoradas, o governo só manifestou-se contrário a esse crime contra a humanidade em 24 de Março deste ano, condenando a Cargill a realizar Estudos de Impacto Ambiental, mas o Porto continua aberto.
A falta de Estado é visível, uma terra sem leis, onde as injustiças favorecem somente os poderosos.

A exportação de soja é um negócio que cresce a cada dia, o que gera a extinção da agricultura e pesca regional.
As famílias são pressionadas a venderem suas terras, se recusam as propostas de compra, suas casas são incendiadas “misteriosamente”, sementes de capim são jogadas nas plantações, e sofrem ameaças de pistoleiros. As terras são vendidas por preços baixos, e os moradores se vêm obrigados a ir morar na periferia das cidades, é crescente o número de novas favelas que surgem em conseqüência disso.
Quando o dinheiro da venda acaba, e sem outra fonte de renda, essas mesmas pessoas vão trabalhar para essas empresas, por salários baixíssimos e parcos benefícios, submetidos a horários de trabalhos arbitrários.
Elas necessitam comer, sustentar a família , portanto precisam se submeter a essa condição de semi-escravidão. Em entrevista concedida a Revista Terra, o agricultor Silvino Vieira conta que resistiu o quanto pode, mas acabou aceitando negociar suas terras, mudando-se para a periferia de Santarém com esposa, sete filhos e dois netos. “Eu estava com medo de adoecer. Ficamos isolados, quando os vizinhos resolveram a vender tudo. Logo, os animais começaram a morrer porque comiam sementes que estavam envenenadas com agrotóxicos. Me disseram que não queriam nada, só a minha terra"
O Pará é o Estado mais rico em recursos naturais, e paradoxalmente, o mais pobre em desenvolvimento social, onde maior parte da população não é alfabetizada, não tem acesso a serviços básicos como água, luz, rede de esgoto e assitência médica.
O governo permite tal situação porque disputa com os Estados Unidos o primeiro lugar na exportação de soja.


Fotógrafo: Daniel Beltra


Os ambientalistas lutam por um desenvolvimento real e sustentável, desde Chico Mendes a Irmã Dorothy, essas lutas coletivas se tornam cada vez mais violentas.
Fugir dessa luta é concordar com as tiranias e barbaridades que os poderosos vêm impondo
à humanidade. Não é um crime cometido somente contra os moradores daquela região, mas sim contra toda a população que deverá habitar a Terra nas próximas gerações. As queimadas contribuem com a emissão de duzentos milhões de toneladas de gás carbônico na camada atmosférica.
Todos sabem que existe um problema e que algo precisa ser feito, e muitos se esforçam para mudar esse quadro, mas no geral, os problemas estão cada vez piores.

Será que o futuro da Terra é se tornar inabitável para os homens?

Fontes:
- Revista Terra publicação Junho de 2007.
- Documentário Amazonia Urgente (Ed. Mensageiro)


Gabriela M. Paiva é co-fundadora de Ímpar e integrante do Conselho Editorial,
moradora da Residência Maria Imaculada - Ipiranga.






Editorial


Uma leitura ímpar para inquietar consciências
Ir.Fabiana Maria, rmi

Toda inquietude nasce de uma grande experiência.

Em nosso caso, a experiência de um Encontro de partilhae de reflexão, de minutos de paz inquieta é quem gera e provoca ainquietude de jovens consciências que não se contentam eminquietar-se somente, mas alcançam com leveza surpreendente nãoa necessidade exatamente, quiçá a mesma importância de queoutras jovens tenham despertas suas consciências, sob anomenclatura de uma utopia que não se estagna jamais: aocontrário, inspira, motiva, gera e regenera constantemente osânimos diante dos desafios que a vida nos presenteia!

Um mundo melhor é o sonho dos jovens de todos ostempos. A juventude hodierna não foge à este estigma, graças aDeus!

De maneira “Ímpar”, a Consciência Inquieta traz à luz suaprimeira publicação!
Regado à sorvete de cupuaçu, vitamina de açaí,acompanhado de castanha do Pará, ao som das araras e dariqueza das águas que privilegiam o encontro do Rio Negro com oRio Solimões, com destaque às vidas entregues, sofridas, vividas edesgastadas, até dar a vida num martírio que derrama o sanguesobre a terra que não se deixa calar, o leitor tem entre mãos estaspáginas para... o seu deleite? Não!!! Para o seu incômodo,desconforto intelectual! Quando as vozes dos que têm voz secalam, o frescor da juventude se faz ouvir!

Deixemo-nos envolver por tudo o que estas páginas nostrazem. Sem dúvida, será uma leitura “Ímpar”, inquietando nossasconsciências. Ainda bem!

Ir.Fabiana Maria, rmi, Responsável pela Residência Maria Imaculada
-Ipiranga-São Paulo-S.P